A estrutura tributária brasileira, marcada por um federalismo fiscal rígido e descentralizado, tem sido objeto de análise por especialistas. Conforme Leonardo Siade Manzan destaca, a atual repartição de competências tributárias entre União, estados e municípios carece de maior racionalidade e integração. Ao mesmo tempo, prejudica setores estratégicos como o de energia, que dependem de previsibilidade para investir em novos projetos.
Portanto, repensar o federalismo fiscal é fundamental para alcançar um sistema tributário mais eficiente e equitativo. Descubra mais, a seguir!
Como funciona a distribuição das competências tributárias no Brasil?
Como aponta Leonardo Siade Manzan, a Constituição Federal de 1988 estabelece um modelo de federalismo cooperativo, porém descentralizado, conferindo à União, estados e municípios competências tributárias próprias. A União arrecada tributos de maior expressividade econômica, como o Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido; os estados administram tributos como o ICMS; e os municípios, por sua vez, ficam com impostos como o ISS e o IPTU.
Na prática, a coexistência de tributos semelhantes entre diferentes entes federativos dificulta a conformidade tributária, especialmente para empresas que operam nacionalmente. Essa estrutura demanda investimentos contínuos em assessoria jurídica e contábil, encarecendo a atividade produtiva. Além disso, a multiplicidade de legislações estaduais e municipais contribui para o aumento do contencioso tributário, gerando insegurança e instabilidade para o setor privado.

Quais os principais problemas gerados pela fragmentação do sistema?
Um dos principais entraves do federalismo fiscal atual é a guerra fiscal entre os estados, que promovem incentivos unilaterais para atrair investimentos. Essas disputas, conforme Leonardo Siade Manzan, geram distorções na alocação de recursos e prejudicam o equilíbrio federativo. A ausência de uma coordenação efetiva entre os entes da federação compromete a uniformidade do sistema, criando desigualdades regionais e dificultando o planejamento de longo prazo por parte das empresas.
Além disso, a repartição da receita arrecadada nem sempre reflete as competências e responsabilidades de cada esfera de governo. Municípios com menor capacidade arrecadatória enfrentam dificuldades para financiar serviços básicos, enquanto a União concentra grande parte dos recursos. Essa desproporção fiscal fragiliza políticas públicas e compromete o desenvolvimento regional.
Como melhorar a coordenação e eficiência no federalismo fiscal?
A adoção de um modelo mais cooperativo e integrado entre os entes federativos é uma das soluções mais defendidas por especialistas. Isso incluiria a harmonização de legislações, a simplificação das obrigações acessórias e a criação de órgãos permanentes de coordenação fiscal. É defendido a implementação de um sistema digital unificado para apuração e pagamento de tributos, o que aumentaria a transparência e reduziria significativamente os custos de conformidade para as empresas.
Ademais, é necessário reformar o pacto federativo com base em critérios técnicos, que considerem a capacidade de arrecadação e as demandas sociais de cada ente. A distribuição de receitas deve ser vinculada a metas de eficiência e resultados na prestação de serviços públicos. Leonardo Siade Manzan destaca que um federalismo fiscal mais coordenado pode equilibrar autonomia e responsabilidade, estimulando uma gestão pública mais eficaz e colaborativa.
Em suma, conforme aponta Leonardo Siade Manzan, a fragmentação atual compromete a segurança jurídica e a eficiência arrecadatória, sobretudo para empresas com atuação nacional e setores estratégicos como o de energia. A harmonização legislativa, a criação de sistemas digitais unificados e a reformulação do pacto federativo com base em critérios técnicos são medidas urgentes para promover justiça fiscal e desenvolvimento equilibrado.
Autor: Viktor Ivanov