A safra de café 2025/26 do Brasil, uma das maiores produtoras de café do mundo, deverá sofrer uma queda significativa de 8%, conforme apontado por uma análise recente realizada pela Pine Agronegócios. Esse decréscimo no volume de produção do grão é motivo de preocupação para o setor cafeeiro e tem implicações econômicas tanto para os produtores quanto para os consumidores. A previsão é impactada por uma série de fatores climáticos e econômicos que afetam a produtividade das lavouras, principalmente em algumas das regiões mais tradicionais de cultivo de café no país.
A principal razão para a queda da safra de café 2025/26 está relacionada ao fenômeno climático El Niño, que influencia diretamente as condições de clima no Brasil. O calor excessivo e a irregularidade nas chuvas são fatores que comprometem o desenvolvimento das plantas e reduzem a produtividade das lavouras. Em anos de El Niño, a produção de café tende a ser afetada negativamente, o que é um desafio significativo para os produtores que já enfrentam uma série de dificuldades para manter a rentabilidade de seus negócios.
Além dos fatores climáticos, o aumento dos custos de produção também contribui para a redução da safra de café 2025/26. O Brasil tem experimentado uma alta nos preços de insumos como fertilizantes, defensivos agrícolas e mão de obra, o que torna a atividade cafeeira mais cara. Esses aumentos podem desestimular pequenos e médios produtores a investir em suas lavouras, resultando em uma menor área cultivada e, consequentemente, uma produção inferior à do ano anterior. A combinação de fatores pode fazer com que o Brasil perca uma parte significativa de sua produção de café.
Outra questão importante a ser observada é o ciclo de bienalidade da cultura do café. O café tem uma produtividade cíclica, o que significa que, a cada dois anos, a safra tende a ser maior ou menor. O ciclo atual aponta para uma safra de baixa produtividade, o que agrava ainda mais a projeção da redução de 8% para a safra de café 2025/26. Essa alternância entre safras boas e ruins é uma característica natural do cultivo de café, mas fatores externos, como o clima e o custo de produção, amplificam suas consequências.
A expectativa de uma safra menor de café tem um impacto direto no mercado global. O Brasil é responsável por uma parte significativa da produção mundial de café, e uma redução de 8% na safra de café 2025/26 pode resultar em uma escassez do grão no mercado internacional. Isso, por sua vez, pode causar uma alta nos preços do café, afetando tanto os consumidores quanto as empresas que dependem do grão para a fabricação de seus produtos. A escassez de café também pode pressionar os preços em outros países produtores, como Vietnã e Colômbia.
Em termos de exportações, a queda na safra de café 2025/26 do Brasil pode afetar o volume enviado para os principais mercados consumidores. O Brasil tem uma forte presença nas exportações de café para os Estados Unidos, Europa e outros mercados emergentes. A redução na produção pode diminuir a quantidade de grãos disponíveis para exportação, o que pode afetar a competitividade do país no mercado internacional. Os produtores brasileiros terão que adaptar suas estratégias de comercialização para lidar com a escassez e os preços mais altos.
Além disso, a previsão de uma safra menor de café traz desafios para a sustentabilidade do setor cafeeiro no Brasil. O impacto econômico sobre os produtores pode ser severo, especialmente para os pequenos agricultores que já enfrentam dificuldades financeiras. A queda de 8% na safra de café 2025/26 pode resultar em uma diminuição nos lucros e até mesmo no fechamento de algumas propriedades. Para mitigar esses efeitos, é necessário que políticas públicas de apoio à produção de café sejam implementadas, além de iniciativas de inovação que permitam aumentar a eficiência na lavoura.
Apesar da previsão de uma queda de 8% na safra de café 2025/26, existem algumas oportunidades para o setor. A qualidade do café produzido no Brasil é altamente valorizada no mercado internacional, e investimentos em práticas agrícolas sustentáveis e em tecnologias de melhoria da produtividade podem ajudar a minimizar os impactos negativos. Com o apoio adequado e ajustes estratégicos, o Brasil pode superar as adversidades climáticas e continuar sendo um dos principais produtores e exportadores de café do mundo.